A questão foi discutida em debate na Semana de Jornalismo da UFMS realizada entre 22 e 24 de outubro |
O professor Edson Silva apresentou um documento de 1989 que especificava o valor do piso salarial para os jornalistas. De acordo com ele, a remuneração não se alterou. "Antes, o piso salarial de redator era o equivalente a 2,25 salários mínimos, e o de um repórter era 2,10. Hoje essa situação não mudou, 2,25 são equivalentes a R$ 1500 para exercer, às vezes, diversas funções".
Na opinião da jornalista, recém-formada na UFMS, Maressa Mendonça, uma das formas de se valorizar o profissional da área é pagar o salário justo e adequado. "Acho que isso não acontece porque geralmente os jornalistas que trabalham em redação gostam muito do que fazem, e têm uma compensação muito grande pelo trabalho produzido. Eles reclamam, mas permanecem no trabalho e denunciam pouco a situação, porque gostam do que fazem".
O presidente da Fenaj, Celso Schröeder ressaltou que o jornalista é o mediador das informações. "Nosso jornalismo ainda é vital, independente de desvios de informação com base em interesses, como a Veja, por exemplo". Segundo ele, o mercado jornalístico também está mais receptivo, com uma demanda maior de profissionais no Estado. "Há 25 anos atrás, não tínhamos três funções, ou seja, não considerávamos profissionais com DRT como cinematográficos, diagramadores, repórteres fotográficos".
Ainda segundo Celso Schröeder, a mudança econômica do país precisa ser levada em consideração quando o assunto é a valorização do profissional. "Hoje em dia a realidade mudou para o jornalismo, assim como para outras profissões". Para ele, a profissão de jornalista melhorou, mas a disparidade entre outras ocupações está praticamente a mesma do que há 25 anos. "Ainda estamos muito atrás do que aquelas profissões chamadas de elite. Até mesmo o salário de professor melhorou mais em relação ao nosso".
O jornalista Neri Kaspary afirma que o surgimento de novas tecnologias auxiliou nas mudanças sofridas pelo jornalismo nos últimos 25 anos. "Antes nem se sonhava com o surgimento de mídias sociais, e principalmente sites de notícia, que aqui no estado emplacaram muito bem e oferecem emprego para muitos jornalistas". Segundo Kaspary, até mesmo os veículos tradicionais tiveram que abrir espaço para esse mercado e ajudar a gerar emprego.
Ainda de acordo com Neri Kaspary, a importância do diploma de jornalista é evidente. "Não conheço ninguém que entrou no mercado em Campo Grande sem ser diplomado. Hoje o mercado fechou as portas para quem não tem nenhum tipo de formação na área". Kaspary lembra que as universidade do estado formam profissionais tão bons e qualificados quanto em qualquer outro lugar. "Não deixamos a desejar para mercado nenhum. Normalmente os melhores profissionais estão nos maiores veículos, mas conheço gente que não quer sair daqui".
* Texto escrito por Alessandra Marimom e Kiohara Schwaab
Fonte: Primeira Notícia (UFMS) - http://www.primeiranoticia.ufms.br/jornalismo/durante-semana-de-jornalismo-mesa-discute-profissionalizacao-do-jornal/524/
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