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terça-feira, 9 de março de 2021

Sindjor-MS reúne dicas para cobertura de violência contra a mulher

Conteúdo faz parte das ações da entidade para o mês da Mulher

Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de Março, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) separou cinco orientações para a cobertura jornalística de crimes de violência contra a mulher. A listagem faz parte das ações da entidade para marcar o mês das mulheres.

As dicas foram selecionadas a partir de publicações de entidades que atuam em prol da equidade de gêneros:  Agência Patrícia Galvão, ONU Mulheres e Think Olga. O objetivo é levar aos jornalistas um melhor entendimento do assunto, estimulando uma cobertura mais humanizada.

Apesar de estereótipos e a culpabilização da mulher ainda estarem presentes nas manchetes, o trabalho jornalístico nesta temática tem evoluído. É o que aponta a professora do Curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Katarini Miguel, que também integra a Comissão de Ética do Sindjor-MS. Segundo ela, esta mudança é fruto de uma nova geração nas redações e de atualizações nas universidades.

“Temos uma grande quantidade de mulheres assumindo as redações, e pelas pesquisas, em geral vemos que matérias assinadas por mulheres têm uma empatia maior para tratar o tema, com mais contextualização e uso de termos adequados. Ainda não é o ideal, porque essa formação humanitária é recente, até nos cursos de Jornalismo”, destaca.

Impactos da pandemia

Com a pandemia de Covid-19, a imprensa tem relatado diariamente os diversos impactos sociais, políticos e econômicos para a população. Quando se trata da situação das mulheres, é necessária uma atenção maior. Com mais pessoas em casa por conta das medidas de isolamento social, há relatos de que os casos de violência doméstica têm aumentado.

A Gênero e Número – primeira organização de mídia no Brasil orientada por dados para qualificar o debate sobre equidade de gênero –, apontou em 2020 um crescimento de 36% nos dados da chamada 180, enviados pelo Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. O único estado que apresentou redução no período foi Mato Grosso do Sul (-7%).

Apesar da pandemia, a violência contra a mulher é um problema antigo no Brasil. Considerando apenas casos de feminicídio – o crime de homicídio por ser mulher –, o país é o quinto em um ranking com 83 nações, conforme o Mapa da Violência de 2015. No mesmo estudo, Mato Grosso do Sul ocupa a nona posição.

“A imprensa tem que fazer um papel de explicar os casos, contextualizar, trazer fontes apropriadas e mostrar como funciona o serviço de acolhimento: Os telefones que elas podem ligar, as redes de mulheres que podem ajudá-las. Muitas estão em situação de violência e não sabem o que fazer”, finaliza a professora do Curso de Jornalismo da UFMS, Katarini Miguel.

Confira as orientações:

#1 Use o termo feminicídio: A Lei nº 13.104 alterou o Código Penal para prever o crime de feminicídio como um tipo de homicídio qualificado, e o incluiu no rol dos crimes hediondos. A partir disso, os casos de violência doméstica e familiar, ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher passam a ser vistos como qualificadores do crime, passando a ter pena de 12 a 30 anos, enquanto os homicídios simples têm pena de reclusão de 6 a 12 anos. Com a criação da lei, as discussões sobre a proteção das mulheres cresceram.

#2 Aprofunde a cobertura: O foco da imprensa nos crimes extremos tende a tirar a atenção do fato de que esse desfecho fatal foi o resultado de um processo contínuo de violências que foram se agravando. Por isso, sempre que possível, aprofunde a cobertura, mostrando que muitos desses casos graves começaram anos atrás, com atitudes de desrespeito, de violência psicológica e violência moral, que foram se acumulando até chegar a um feminicídio, por exemplo.

#3 Dê visibilidade: O Mapa da Violência 2015 mostra que as mulheres negras morrem mais do que as brancas de forma violenta no Brasil. Mas, as mulheres negras frequentemente não têm o mesmo espaço na imprensa ou sensibilização. Esta invisibilidade contribui para que se ignore a maior vulnerabilidade dessas mulheres e não se busquem soluções para a violência racial. Por isso, diversifique sua pauta: ouça diferentes fontes e utilize dados para fazer estes recortes da realidade.

#4 Divulgue os serviços de apoio às vítimas: A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é o principal canal para denúncias e presta uma escuta qualificada às mulheres em situação de violência. A ligação é gratuita e funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Existem também as Delegacias de Atendimento à Mulher (Deam), e em alguns municípios, como Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira – espaço com atendimento multidisciplinar e humanizado. Existem ainda outros serviços de acolhimento e redes de mulheres. Divulgue, sempre que possível, informações de apoio às vítimas.

#5 Busque conhecimento: Para uma cobertura humanizada, é importante entender alguns conceitos, como violência de gênero. Tanto os feminicídios quanto as ocorrências de violência contra a mulher são crimes de gênero, e podem derivar da naturalização da desigualdade entre os gêneros, que leva o agressor a se sentir no direito de possuir, controlar e ‘disciplinar’ a mulher ou a ex-mulher, por exemplo. Por isso, a busca por conhecimento é fundamental para uma cobertura mais complexa e qualificada.

Deixamos como indicação, as leituras utilizadas para fazer esta matéria:

DossiêFeminicídio: Qual é o papel da imprensa? – Agência Patrícia Galvão

Minimanualde Jornalismo Humanizado: Violência Contra a Mulher – Think Olg

Pacto de Mídia “Dê um passo pela igualdade de gênero” – ONU Mulheres 

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O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (SindJor-MS) é uma entidade representativa da categoria em âmbito estadual, com exceção de 25 cidades localizadas na região Sul do estado, sob domínio do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (Sinjorgran). O SindJor-MS está registrado sob o CNPJ nº 15.570.575 0001/17

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