Manifestações
visam pressionar Arthur Lira para aceitar pedidos de afastamento de Bolsonaro,
implicado em esquema de superfaturamento de vacinas
Movimentos sociais, entidades
sindicais, entre elas, o Sindjor MS, e organizações da juventude realizam, no dia 3 de julho, sábado, em
Campo Grande, um novo ato “Fora Bolsonaro e seu Governo”, seguindo decisão da
coordenação nacional do movimento pelo impeachment do presidente da República,
Jair Bolsonaro. A manifestação será conduzida por órgãos como a Frente Brasil
Popular (FBP), que reúne dezenas de entidades representativas da sociedade
civil organizada de Mato Grosso do Sul.
Após o êxito da manifestação do
último dia 19, em todo o país, uma nova edição foi marcada para o dia 24 de
julho. Entretanto, diante da repercussão dos acontecimentos envolvendo o
governo federal e seu líder na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR), no
escândalo denunciado na CPI da Covid, as lideranças do movimento a favor da
queda do presidente organizaram uma nova mobilização de rua, para o próximo
sábado (3), para exigir do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que
coloque em pauta o pedido de impeachment contra Bolsonaro. O ato do dia 24 de julho
continua confirmado.
A manifestação de 3 de julho, em
Campo Grande, será semelhante à do dia 19, com a realização de uma passeata. A
concentração será na Praça do Rádio, a partir das 9h, e fará o seguinte
percurso: Avenida Afonso Pena, Rua 14 de Julho, Rua Barão do Rio Branco,
finalizando na Praça do Rádio.
Como na passeata anterior, a do
dia 3 de julho também seguirá as regras de biossegurança necessárias contra a
Covid-19, como o uso de máscara, álcool em gel e distanciamento entre os
manifestantes. A orientação é para que os participantes usem máscara número 95
ou a do tipo PFF2, mais eficazes contra as novas variantes do coronavírus, e
que não esqueçam de levar o álcool em gel.
Entenda o escândalo da Covaxin
Em depoimento no dia 25 de junho,
o deputado federal Luís Miranda (DEM- DF) e seu irmão Luís Ricardo Miranda
(servidor do Ministério da Saúde) denunciaram um esquema de superfaturamento de
compra de vacinas da empresa indiana Covaxin, dentro do Ministério da Saúde.
Luís Ricardo relatou ter notado movimentações suspeitas nos contratos da
Covaxin, que não haviam sido aprovados pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e custavam mais caro do que as vacinas já aprovadas.
Enquanto cada dose da vacina
Coronavac custava 58,30 reais; as da Pfizer e da Janssen custavam 56,30 reais
cada; da Sputnik tinha o valor de 69,36 reais e da AstraZeneca 19,87 reais, o
governo preferiu a Covaxin, que saiu ao preço de 80,70 reais, ou seja, mais
cara do que todas as outras (vale lembrar que o preço foi um dos motivos
apontados por Bolsonaro para recusar a Pfizer). Além disso, a vacina havia sido
rejeitada pela Anvisa, por falta de documentos básicos relativos à segurança e
efetividade.
Luís Miranda afirmou ter avisado
Bolsonaro sobre o favorecimento suspeito. Segundo Miranda, Bolsonaro revelou
que sabia, mas o orientou a “deixar para lá” para não prejudicar quem operava o
esquema. Após pressão dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone
Tebet (MDB-MS), Luís Miranda revelou que o líder do governo na Câmara, Ricardo
Barros (PP-PR), foi o chefe do esquema citado por Bolsonaro. Vale ressaltar que
a compra foi intermediada pela Precisa Medicamentos, que é sócia da Global
Saúde, empresa que Ricardo Barros já foi acusado de favorecer em licitações,
quando foi ministro da Saúde de Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2018.
Grupo de Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário