terça-feira, 22 de dezembro de 2020

Segunda onda: Sindjor-MS faz novo levantamento sobre condições de trabalho de jornalistas durante a pandemia

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) realizou novo levantamento junto aos principais veículos de imprensa de Campo Grande para saber se, frente à segunda onda de Covid-19 no Brasil, as empresas seguem dando a devida proteção aos profissionais, dentro dos protocolos orientados pelas autoridades de saúde. Também procurou saber se mais jornalistas foram infectados pelo vírus recentemente.

A entidade já realizou outros levantamentos semelhantes logo no início da pandemia, em março, além de publicar uma série de recomendações aos profissionais e às empresas para mitigar os casos de transmissão e contágio por Covid-19 nos veículos de comunicação e assessorias. Passados nove meses, é importante verificar novamente as situações, principalmente devido ao avanço da doença nas últimas semanas, causado, em grande parte, pelas recentes flexibilizações das medidas de isolamento social e a falsa sensação de segurança. 

No levantamento, foram ouvidos profissionais, selecionados aleatoriamente, dos veículos que mais empregam jornalistas na Capital, que explicaram como as empresas estão procedendo frente à pandemia. Conforme foi apurado, a maioria dos veículos consultados continuam adotando medidas para preservar a saúde e bem estar dos profissionais e evitar a proliferação do vírus.

 

Confira o levantamento completo:

Jornais online:

Campo Grande News - praticamente toda a redação voltou a trabalhar presencialmente desde o final de agosto, inclusive com coberturas externas. De início, a empresa tinha adotado regime de escalas especiais, alternando, semanalmente, os repórteres em home-office e os que trabalhavam presencialmente. Os profissionais que apresentaram sintomas compatíveis com a covid-19 ou tiveram contato próximo com caso suspeito ou confirmado são imediatamente afastados e geralmente fazem o teste pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) ou Unimed. Fora esses, atualmente, somente a equipe da editoria Lado B, formada por três repórteres, também está em home-office. Há a informação que inclusive uma jornalista gestante está trabalhando presencialmente na redação. Além disso, não há ventilação adequada no local de trabalho, e as mesas não estão distanciadas. A empresa emitiu comunicados sobre a obrigatoriedade de uso de máscara de proteção facial durante o período de trabalho, e disponibiliza o álcool em gel para os colaboradores. Desde o início da pandemia, foram sete casos confirmados entre jornalistas do Campo Grande News, sendo dois recentes.

Midiamax – o jornal contratou uma empresa especializada em biossegurança, além de publicar na última sexta-feira (18) novo acordo de teletrabalho. Sendo assim,  87% da redação voltou para o home-office. Em cada turno há uma equipe que fica na redação, composta por três jornalistas: um repórter, um repórter fotográfico e o coordenador. Também há um plantonista à noite. A ordem na empresa é que no aparecimento do primeiro sintoma de covid-19, o profissional comunique a chefia e fique no teletrabalho até a realização do exame. Caso o resultado seja positivo, a pessoa é afastada. Além disso, quando há contato entre alguém com suspeita da doença com outros colaboradores, a empresa viabiliza a testagem de todos os que podem ter sido contaminados. Recentemente, houve um caso suspeito de jornalista que pode ter contraído a doença. Desde o início da pandemia, outros dois repórteres foram contaminados.

TopMídiaNews - o procedimento é o mesmo desde o início da pandemia. A maior parte da equipe foi liberada para o home-office e, somente três jornalistas permanecem no regime presencial: o editor-chefe, um repórter e um repórter fotográfico. Desde março, a direção da empresa registrou três casos positivos para covid-19 entre jornalistas, sendo que nenhum deles é recente.     

Diário Digital – a maior parte dos profissionais foi liberado para o home-office, e a redação funciona com quatro jornalistas por turno, o suficiente para manter o distanciamento. Assim como as TV MS Record, do mesmo grupo, todos os profissionais que estão trabalhando presencialmente são testados preventivamente a cada dois meses. Desde o início da pandemia, a empresa não registrou nenhum caso de jornalista que tenha contraído o vírus.    

Televisão  
 
TV MS Record - os protocolos de biossegurança adotados desde o início da pandemia também permanecem os mesmos. Os funcionários do grupo de risco continuam afastados e a equipe presencial é reduzida e distribuída em várias salas para evitar aglomeração. Com a volta do transporte público, os jornalistas que dependem de ônibus são buscados e devolvidos em casa pelos motoristas da empresa. Repórteres e cinegrafistas, depois que saem da empresa para coberturas externas, não retornam à sede e deixam textos e fitas com as matérias em local designado. A empresa ainda custeia os testes para covid-19 aos colaboradores que apresentarem sintomas compatíveis com a doença e, a cada dois meses, todos os funcionários que estão trabalhando presencialmente também são testados preventivamente. Nesses nove meses, dois jornalistas foram infectados.

TV Morena -  liberou parte da equipe da produção e edição para o home-office. Já os jornalistas da redação estão trabalhando presencialmente, mas com as estações de trabalho distanciadas, e com o mínimo de circulação. Os profissionais do grupo de risco, que trabalham em ilhas de edição, ficam em salas separadas, e há afastamento imediato de qualquer colaborador que apresente sintomas compatíveis com a covid-19. As entrevistas de estúdio voltaram a ser realizadas, mas os estrevistados têm a temperatura medida já na portaria e devem responder a um formulário de biossegurança. Nessa segunda onda, a empresa registrou um caso de jornalista infectado pelo novo coronavírus. Anteriormente, outro jornalista também testou positivo.

TV SBT-MS - a empresa não registrou nenhum caso recente de covid-19 entre jornalistas. Já na primeira onda, dois casos de cinegrafistas, mas, conforme informações apuradas, foram infectados durante suas férias e, portanto, não tiveram contato com o resto da redação. Os protocolos para evitar a transmissão e contaminação do vírus dentro da empresa permanecem ainda mais rigorosos. Há uso obrigatório de máscara e a emissora contratou empresa especializada para realizar a sanitização do local. Além disso, nas coberturas externas, as equipes levam microfone extra para entrevistados e todos os equipamentos de uso coletivo são constantemente higienizados. A empresa ainda está reduzindo ao máximo as entrevistas em estúdio, e quando acontecem, são realizadas com distanciamento e uso de máscara. Os profissionais que retornam de férias são testados antes de reintegrarem a equipe.

TV Imaculada -  todos os jornalistas estão intercalando um dia trabalhando, presencialmente, e um dia em casa. A emissora segue com todas as normas de biossegurança, com uso obrigatório de máscara em todos os setores da empresa. Recentemente, um cinegrafista foi infectado pelo vírus, sendo imediatamente afastado para quarentena. No entanto, já se recuperou e logo após realizar o teste negativo, voltou ao trabalho. Entre jornalistas, a empresa não registrou nenhum caso positivo desde o início da pandemia.  

 

Jornais Impressos

Correio do Estado - os jornalistas voltaram a trabalhar por meio de escala especial, desde o dia 15 de dezembro: um dia, metade da equipe trabalha em casa, e a outra metade, na redação. No dia seguinte, inverte. Os profissionais utilizam máscara e álcool em gel. Não há casos recentes de infecção por covid-19 entre jornalistas, mas, na primeira onda, três profissionais da redação contraíram o vírus.   

O Estado MS - segundo informações recebidas, são quatro casos recentes de infecção, que ocorreram no período entre o pós-eleição e o início de dezembro. Todos foram imediatamente afastados e já estão com a saúde estável, sendo que três deles voltaram a trabalhar presencialmente e, um, já assintomático, também voltou a trabalhar, mas está no regime de home-office. A empresa não registrou nenhum caso positivo no início da pandemia. Conforme relatos, ainda se mantém o esquema de rodízio, em que metade da equipe fica na redação e a outra metade em casa. Porém, no caso do Jornal O Estado MS, essa inversão se dá semanalmente.

Rádios

CBN - após ter registrado seis casos recentes de jornalistas infectados por Covid-19, redobrou o cumprimento dos protocolos de proteção aos trabalhadores. Segundo a direção da emissora, as ações de limpeza e higienização do local de trabalho foram intensificadas, com contratação de empresa terceirizada para realizar a sanitização. As mesas de trabalho também estão com distanciamento e, durante todo o período de funcionamento da empresa, as janelas são abertas para circulação de ar. Além disso, a direção da empresa está divulgando informações acerca da covid-19 e medidas de prevenção e a redação da rádio vem sendo monitorada por câmera para verificar se todas as medidas de proteção estão sendo cumpridas. Todo e qualquer funcionário que apresente sintomas compatíveis com a doença é imediatamente afastado, e os que foram infectados estão sendo acompanhados remotamente pela empregadora, a fim de verificar a sua situação de saúde. Felizmente, a maioria dos que testaram positivo para o vírus já está com a saúde estável e começa a retornar ao trabalho a partir desta semana. A todos eles, foi dada a opção de continuarem trabalhando no sistema home-office, se assim preferirem.

Encaminhamentos

O Sindjor-MS oficiou a direção do jornal Campo Grande News na tarde desta segunda-feira (21), cobrando um posicionamento sobre as recentes flexibilizações nos protocolos de segurança adotados pela empresa, uma vez que a redação está quase que integralmente em regime presencial. Como já mencionado, a chamada ‘segunda onda’ do coronavírus no Brasil, caracterizada pelo agravamento da situação da pandemia, com aumento nas taxas de contágio e sobrecarga nos hospitais, é algo visto com imensa preocupação pelo Sindjor-MS. Uma vez que os jornalistas exercem atividade essencial e estão na linha de frente, constantemente expostos aos riscos de contaminação, é importante que as empresas sigam com todos os protocolos recomendados a fim de preservar a saúde e segurança dos profissionais.

(Matéria atualizada no dia 22 de dezembro, às 19h37, para acréscimo de informações)

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