Plenária virtual, organizada pelo Sindjor-MS |
De acordo com o presidente do Sindjor-MS, Walter Gonçalves Filho, a ideia para a convocação da plenária surgiu da necessidade de unir forças para a efetivação da vacinação para toda a população de forma igualitária, uma vez que algumas empresas privadas já iniciaram movimentações para a compra de vacinas, mercantilizando o que é um direito de todo cidadão e prejudicando a distribuição pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). “Defendemos que a vacinação seja pelo SUS. Para todos e todas, sem distinção”, pontua.
Ele relembra ainda que já havia uma ampla expectativa da população pela chegada da vacina, que representa hoje a maior possibilidade de controle da pandemia e de queda significativa no número de internações e óbitos pela doença, e por isso a necessidade de uma luta conjunta para pressionar as autoridades para garantir que as vacinas cheguem para todos e não faltem insumos necessários para a sua aplicação.
“A plenária que realizamos foi só o pontapé inicial. Nós vamos continuar a mobilização com várias ações, e estamos vigilantes em relação aos próximos passos do poder público”, ressalta Walter. O presidente do Sindjor-MS e representantes das entidades Frente Estadual em Defesa do SUS, Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn-MS), Associação dos Docentes da UFMS (ADUFMS), Sindicato dos Médicos (Sinmed-MS), Núcleo de Saúde da CUT-MS e CDDH Marçal de Souza Tupã-I irão se reunir com o Secretário Estadual de Saúde, Geraldo Resende, na manhã desta quinta-feira (21) para discutir o Plano Estadual de Vacinação e verificar se há, de fato, insumos o suficiente para a imunização em todo o estado, entre outros pontos.
Manifesto
O manifesto, firmado por 43 entidades, tem como objetivo propor à sociedade sul-mato-grossense um amplo debate sobre a necessidade, os rumos e a efetivação da vacinação contra a Covid-19. De acordo com o documento, o projeto de desmonte do SUS e a postura de negação à ciência adotada pelo presidente da república, bem como a efetivação da limitação dos gastos (EC 95), entre outros elementos, foram decisivos para o agravamento da pandemia no Brasil, que ocasionou mais de 200 mil mortes.
Sendo assim, as entidades signatárias defendem que, neste momento em que o SUS mais uma vez mostra a sua importância, é necessário fortalecê-lo mais, blindando-o de cessões a interesses de poucos. Além disso, é defendido no documento que, em um cenário em que se deve combater a mercantilização da Saúde – um direito de todo o cidadão e dever do Estado – a vacinação contra a Covid-19 deve ser ofertada exclusivamente pelo sistema público:
“Em uma sociedade marcada pela extrema desigualdade social, é inadmissível a abertura da vacinação para clínicas privadas, criando privilégios àqueles que podem pagar e aprofundando ainda mais o abismo social brasileiro (...) Ao permitir que os interesses empresariais falem mais alto do que o acesso igualitário à saúde, toda essa fila de prioridade definida com base nos riscos de contaminação, de agravamento da doença e de óbitos será totalmente desmontada”.
Porfim, as entidades exigem que o poder público, no período em que a cobertura vacinal não atingir parte significativa da população, mantenha as medidas de distanciamento social e obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial nos espaços públicos, entre outros medidas, para o controle da pandemia. “Até porque as vacinas disponibilizadas até o momento só conferem a imunização depois de 15 dias após a segunda dose, comprovando a necessidade da manutenção das medidas preventivas”.
Confira o manifesto completo AQUI.
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