O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) elaborou uma pesquisa no mês de abril sobre as condições de trabalho dos jornalistas na pandemia. O questionário obteve 148 respostas e teve como objetivo subsidiar estratégias para a promoção da saúde dos comunicadores, como a inclusão da categoria entre os grupos prioritários da vacinação. Segundo o levantamento, cerca de 200 jornalistas do Estado foram contaminados pelo vírus desde o início da pandemia, sendo 8 mortes, 6 em 2021.
A pesquisa poderia ser feita de maneira anônima e abordava questões sobre infecção pela Covid-19, medidas de biossegurança adotadas pela empresa e rotina de trabalho durante o período. Obteve-se respostas de jornalistas de 82 veículos da Capital e do Interior de Mato Grosso do Sul. Segundo as respostas, que foram confirmadas e apuradas pelo sindicato, os jornalistas relataram mais de 30 casos que necessitaram de intervenção hospitalar.
Segundo as respostas, 91,2% dos veículos adotaram medidas de distanciamento social para proteção de funcionários e 82,4% forneceram Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) para a equipe. As medidas de biossegurança mais adotadas pelas empresas foram: home office parcial, rodízio de equipe, álcool gel e máscaras.
No entanto, com base nos retornos, apenas 67,6% cumpriram essas medidas durante a maior parte da pandemia, 12,2% metade da pandemia e 12,8% na maior parte da pandemia. “Comprou álcool em gel apenas uma vez e não repôs”, disse um dos jornalistas. “Algumas empresas ofereceram o home-office, mas quando presenciais, não obtiveram o cuidado necessário”, disse outro.
Por outro lado, com base nos retornos, 39% das empresas não custearam os testes de Covid-19 para seus funcionários e só 16,9% das instituições fizeram esse procedimento. 62,8% dos jornalistas disseram que a profissão representou aumento do risco para a saúde deles. E 45,9% afirmaram que sua carga horária de trabalho aumentou durante a pandemia.
A maioria dos profissionais sentiu sintomas psicológicos, como: ansiedade (76,4%), irritação e nervosismo (60,8%), desânimo (63,5%), medo (59,5%), baixa imunidade (19,6%) e depressão (20,9%).
Alguns jornalistas acrescentaram que quando foram contaminados estavam no jornalismo diário.Os profissionais pedem pela prioridade na vacinação. “A nossa classe de jornalistas deve ter prioridade na vacinação, perdemos muito dos nossos”, declarou uma jornalista.
O serviço de notícias é uma das atividades básicas em resposta à pandemia Covid-19. Além da mortalidade, os profissionais estão na linha de frente em reportagens nas ruas. O Sindjor-MS e sindicatos de outros estados, juntamente com a FENAJ, continuam se mobilizando. A luta para incluir jornalistas em grupos prioritários não para por aqui.
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