Com a Reforma Trabalhista acontecendo em ritmo acelerado, só resta ao trabalhador tomar as ruas em defesa de seus direitos. E os diretores do Departamento de Mobilização, Negociação Salarial e Direito Autoral da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, Aderbal Filho e Enize Vidigal, alertam sobre a importância da participação da categoria na Greve Geral.
FENAJ – Qual o impacto esperado com a Greve Geral do dia 28?
Enize Vidigal: A proposta é “parar o Brasil”, o quanto for possível. Se Temer possui 88% dos votos no Congresso, numa relação inversamente proporcional à popularidade, atestada em menos de 10%, a saída está na pressão popular.
Aderbal Filho: Nossa expectativa é de ampliar a mobilização social contra a agenda de retrocessos imposta aos trabalhadores e ao povo brasileiro por um governo ilegítimo. As contrarreformas previdenciária e trabalhista são inaceitáveis e remetem a sociedade às condições sociais e trabalhistas anteriores à década de 1930. Representam mais um ataque à democracia. Esperamos que a Greve Geral do dia 28 deixe claro ao parlamento brasileiro que estes ataques aos direitos não contam com respaldo popular e, se aprovados, poderão levar o país a uma situação de convulsão social ainda maior. É hora de por fim a este governo que está caindo de podre e promover nova eleição presidencial.
FENAJ – Qual a importância da adesão dos jornalistas à greve?
Enize Vidigal: Os jornalistas têm papel fundamental. Pois, além de somar ao movimento paredista e reivindicatório, é essencial não servir de instrumento para a difusão das versões patronais de defesa e justificativa para a realização das reformas da Previdência e da CLT. É muito importante que o jornalista, na condição de operário de redação de veículo de comunicação ou de assessor de imprensa, ajude a difundir o quanto possível a verdade sobre a destruição de direitos que esses projetos objetivam proporcionar a todos os brasileiros, esclarecendo o público sobre a ameaça real existente. E usando para isso as redes sociais, a mídia alternativa, os veículos com linha editorial oposicionista e, porque não, tentando “furar o bloqueio” daqueles veículos que propagam mentirosamente a necessidade e viabilidade dessas propostas.
Aderbal Filho: Ao contrário dos grandes conglomerados de mídia, que apoiaram o golpe de 1964 e contribuíram fortemente para o recente golpe jurídico parlamentar, os jornalistas brasileiros têm uma trajetória histórica de defesa da democracia e dos direitos sociais e trabalhistas. Somos uma das categorias mais ultrajadas e aviltadas nos últimos anos com a precarização das relações de trabalho, demissões e baixos salários. Nossa adesão à greve geral é fundamental para dizermos não a tudo isso, reafirmarmos nosso compromisso com a democracia e somarmos forças com outras categorias de trabalhadores na perspectiva de um outro rumo, democrático e popular para o Brasil.
FENAJ – Quais as outras formas de protesto que podem ser adotadas, no caso de alguma base avaliar que não é possível aderir integralmente à paralisação?
Enize Vidigal: É essencial a participação do máximo possível de pessoas, seja aderindo à greve e participando das manifestações nas ruas, seja deixando de realizar qualquer tipo de compra nessa data.
Aderbal Filho: Qualquer maneira de protestar vale a pena, com manifestações em frente às empresas de comunicação, participando de panfletagens, passeatas e atos, vestindo preto no dia 28, promovendo uma grande articulação dos jornalistas em redes sociais em apoio à Greve Geral e tudo o mais que a criatividade e a disposição de luta da categoria puder produzir. O mais urgente, antes mesmo da greve geral do dia 28, é uma campanha de mensagens aos deputados federais de cada estado para que votem contra a proposta de reforma trabalhista que está tramitando na Câmara dos Deputados a toque de caixa.
(Material reproduzido do site da Fenaj)
(Material reproduzido do site da Fenaj)
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