O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) vem a público repudiar as ações de censura e sucateamento contra o curso de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), por parte da reitoria.
Dentre os problemas enfrentados estão a suspensão dos sites institucionais e a falta de técnicos para as matérias laboratoriais. Além disso, profissionais do jornalismo contratados de forma terceirizada pela instituição tiveram pagamento de salário atrasado e alguns ainda aguardam o acerto da rescisão.
A formação em nível superior de jornalistas é uma conquista da categoria, sendo o curso da instituição Federal fruto direto da luta sindical. A partir da constituição do curso da UFMS, os profissionais puderam se qualificar, motivando a abertura de cursos em outras instituições, ampliando o mercado de atuação em Mato Grosso do Sul e fortalecendo o acesso à informação.
Conforme divulgado pelo Centro Acadêmico de Jornalismo (Cajor), curso conta com quatro sites suspensos, sendo eles o institucional; o Primeira Notícia, portal jornalístico referente à disciplina de ciberjornalismo; o Projétil, jornal laboratório do curso e o site de Fotojornalismo.
O pretexto da reitoria para a retirada dos sites do ar é o de que os mesmos estariam infringindo a Lei Eleitoral. Porém, não existe na legislação a proibição de que sites jornalísticos não podem ficar no ar durante o período de eleições. Pelo contrário, a liberdade de imprensa é uma das bases da democracia, garantindo ao cidadão o direito fundamental à informação relevante e verídica.
Portanto, por trás dessa decisão arbitrária que se apresenta como “mera interpretação da lei”, está a tentativa de censura ao exercício jornalístico, em desrespeito a preceitos constitucionais do Estado Democrático de Direito.
Além disso, tais decisões dificultam o ensino, uma vez que grande parte das atividades laboratoriais do curso estão em risco, impedindo o que é uma exigência das diretrizes curriculares nacionais dos cursos de Jornalismo no Brasil: o aprendizado prático. Cumpre ressaltar que não só os sites, mas outras disciplinas, como Laboratório de Radiojornalismo e Laboratório de Telejornalismo estão também prejudicadas pela ausência de técnicos para auxiliar os estudantes nas atividades.
Com mais de 30 anos de existência, o curso de Jornalismo da UFMS representa o compromisso com a sociedade, a informação verdadeira e de qualidade; mais do que essenciais em momento de ascensão do autoritarismo no País; sendo assim, um dos pilares de sustentação da democracia.
É lamentável que uma instituição de respeito, mantida com recursos públicos e casa de tantos intelectuais e pesquisadores renomados, adote atitudes de desprezo ao diálogo com a comunidade acadêmica e com a falta de transparência com a sociedade que a mantém.
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